Transporte coletivo foi destaque da primeira etapa de elaboração do Plano de Mobilidade Urbana para Uberaba. Segundo a superintendente de Planejamento Urbano, Ana Luísa Bilharinho, visto a avaliação positiva da população, há necessidade de incentivo ao uso de ônibus, de forma a reduzir a rota ativa na cidade, provocada pelo grande número de veículos em circulação. Ao programa Pingo do J, da Rádio JM, a superintendente afirma que o sistema BRT fez grande diferença no diagnóstico da mobilidade urbana. “Uberaba é a única cidade com menos de 500 mil habitantes que tem BRT. Isso fez uma diferença muito grande no diagnóstico, porque em todas as cidades se fala que os problemas maiores apresentados são com relação ao transporte público. No nosso caso, a aceitação foi muito positiva”, relata.
O resultado inicial do diagnóstico, apresentado no fim do primeiro semestre, indicou que 39% dos deslocamentos na cidade são feitos por automóvel; 23%, a pé, e 16%, por meio do transporte coletivo público. Visto o panorama de aceitação, Ana Luísa analisa que devem ser feitas, então, ações de incentivo ao uso do serviço público, com o objetivo de diminuir o número de veículos em circulação e desonerar o fluxo das vias da cidade. “Então, isto mostrou que Uberaba precisa incentivar cada vez mais o transporte coletivo, já que nós temos um eixo Leste/Oeste, um Sudeste/Sudoeste e temos um projeto agora no PAC, que vamos iniciar com o [eixo] Norte/Sul, para que a gente possa, cada vez mais, reduzir o número de veículos no centro da cidade”, analisa.
Entre os principais gargalos apontados no diagnóstico, conforme Bilharinho, estão as questões estruturais, principalmente nas entradas da cidade, como o bairro Maracanã, a avenida Dona Maria de Santana Borges, Tonico dos Santos, entre outros, que devem ser trabalhados com as concessionárias e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Outro ponto de atenção, levantado também na audiência pública pelas instituições filantrópicas da cidade, está a acessibilidade. De acordo com Ana Luísa, foram detectados poucos semáforos destinados ao pedestre. “São coisas que nós vamos ter que trabalhar, principalmente com relação à mobilidade no centro, a mobilidade ativa. Que a gente faça, inclusive, um casamento com um Plano de Arborização, para que a gente tenha mais conforto. Não adianta só andar a pé, tem que ter sombra”, explica. A superintendente ainda revelou ao Pingo do J, que o Plano de Mobilidade Urbana também identificou a necessidade de um órgão municipal exclusivo para planejamento e gestão. “A questão da redução de velocidade, ela é necessária? Sim. O que ela precisa ser planejada de uma forma macro, não de uma forma micro. A mobilidade, junto com o planejamento urbano, junto com a captação de recursos e a questão de planejamento integrado mesmo. Uberaba precisa disso para crescer”, conclui.